quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Grupos sociais (?)

Sabe, acho uma bobagem quando alguém resolve inventar uma fórmula que se encaixe em todo tipo de situação. Salve as ciências naturais, pra mim isso é inadmissível, já que remete ao famigerado positivismo. Mas bobagem maior seria simplesmente ignorar um interessante pensamento que me foi instigado, por mais que ele circunde a área das ciências naturais para chegar às ciências sociais. Ou não? Ou esse conceito de "positivismo" é frágil, supondo que hoje mesmo nas ciências sociais ainda é um conceito utilizado, ainda que sutilmente? Enfim, vamos deixar essa história de lado e desenvolver o raciocínio principal.
A partir de um motivo (aparentemente bobo) é possível chegar em conclusões extraordinárias. Sempre acreditei nisso, mas agora sinto que cheguei à conclusão final, a resposta para todas as perguntas, o sentido do universo. Ok, talvez não seja o sentido do universo, mas digamos que seja a mecânica social do universo. Sem mais enrolações, vou lhes explicar. 
A todo momento, em todo lugar, as pessoas se dividem em quatro grupos. As vezes uma pessoa pode estar em vários grupos ao mesmo tempo, ou mudar de grupo com o tempo. Apesar da simplicidade do número, se você pensar bem é verdade. Tomamos como exemplo um grupo de pessoas "A". Esse grupo "A" começa a usar boné verde. Não se sabe muito porque, mas eles começam a usar e divulgar a moda para os outros. Claro que tem um motivo por trás, mas isso você descobre sozinho. Um grupo "B", que acha que pode ser o grupo "A", ou acha que já é, ou simplesmente venera-o começa a usar o boné verde. Talvez o boné nem seja muito legal, mas mesmo assim, se essa é tendência, é melhor segui-la.  Então um grupo "C", por não ter a oportunidade de ser do grupo "B" nem "A", já que esses grupos não estão nem aí para os "Cs", não usam o boné. E ainda falam mal do acessório só pra contrariar os outros grupos e se fazer de diferenciados. Talvez chamar a atenção da sociedade. 
Mas aí, nós temos o grupo "D". Do tipo de pessoa que tem opinião formada, cultura, acesso. Eles pensam a respeito e chegam a conclusão que esse boné verde é só uma jogada de marketing esdrúxula. Então simplesmente não usam.
Espero que vocês, leitores do Veliko, sejam desse último grupo. E se, vocês, do grupo "D", puderem imaginar algum outro grupo, ou alguma situação em que essa lógica não se encaixa, comente abaixo, gostaria de trocar uma ideia.


Nota: desculpem-me pelo desfecho brusco, depois ajeito qualquer coisa (:

3 comentários:

  1. Essa normalidade chega a ser ridícula. A sociedade pode ser muito bem explicada por qualquer um que a conheça, nem que seja superficialmente. Tudo se apresenta tão previsível, comum, até normal...
    Tudo já está formado, compactado e estipulado. Formado porque os "grupos" são reais. Compactado porque a originalidade, originalidade de VERDADE, se perdeu. E estipulado porque tudo parece ralo, nos remete, pelo menos a mim, que tudo foi planejado, forjado. Pois,tudo se apresenta tão tão... Não existe palavra pra essa indiferença.
    Apesar de ter a mesma idade dessa galerinha fútil, até menos do que alguns, esse sensacionalismo barato não me convence. Esse consumismo barato não enche os meus olhos.
    Fico com a ideia de que vivemos transgredindo, pelo menos a sociedade como um todo. Transgredindo moralmente. Quis dizer.
    Gostei do post.
    Parabéns.

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  2. Lucas e blá, blá, blá D=
    O que tenho a dizer é simples. Futilidade e Escolha própria.
    Você só faz algo se quiser. Qualquer ser humano é capaz de tentar, querer e procurar conhecer o que deseja, se a porcaria do jogo de marketing ou não. Logo, grupo "B" e "C", vão a puta que pariu, porque simplesmente seguem opiniões sem fundamento e não criam suas próprias.

    E sim, falei palavrão. Que não gosta que se dane D=, sou chato mesmo.

    Nariz, belo post.

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  3. Muito legal.
    Mas o que acontece se D vir a ser A, ocupar o lugar deste?
    E se a cultura se tornar a regra, e não a exceção?
    Ou mesmo antes disso, será que ela, de certa forma, ao menos, não corre o risco de se tornar tão alienável quanto sua antecessora?

    Eu diria que há Ds, e Ds. Talvez, é claro.

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