sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Algo mais diferente ainda dessa vez

Estava numa aula de história (ou geografia, não me lembro agora) e pensei em algumas coisas que julguei interessantes relevar por aqui. Pode ser um pouco diferente do que é publicado aqui no Veliko, mas esforçarei-me para deixar a parada bem tranquila pra vocês.
A aula era sobre Brasil colônia, mais especificamente no início da colônia. Beleza, nenhuma novidade pra ninguém, afinal vejo aulas sobre esse assunto desde a quarta série. O que me chamou a atenção foram os escravos. Não os escravos em si, mas sim em nossa compreensão dos mesmos. Na escola (pelo menos nas que estudei) não vemos o lado social da coisa, apenas o lado prático. Sabemos que os escravos vinham da África, eram trocados por míseras mercadorias e tratados como bestas do Satã, mas nunca vi um professor relevando as diferenças da ética da época (mais especificamente do trabalho e do negro) com a ética de hoje.
Sério, isso me atormentou. Fiquei pensando: "Caramba, um negro nascia para ser escravo e morrer anônimo...". E o "morrer anônimo" ficou ecoando na minha cabeça. Com os índios, a mesma coisa. Eles tinham seu lar e tudo mais, e hoje, você ouve falar de algum índio famoso daquela época? Pois se sim, me corrija. Que droga, quer dizer que só quem nascia na Europa (Portugal e Espanha, principalmente) tinha o direito de ascender e deixar sua marca na história? E nem todo europeu tinha esse direito, só aqueles da alta corte, ou algo que o valha.
Mas sabe porque os nossos queridos professores não falam nada disso? Não sei se é por esse motivo, mas faria sentido se fosse: hoje, se você é um brasileiro que nasce classe média, sinceramente, você não tem o direito de deixar sua marca na história. Você só tem o caminho da mediocridade a trilhar: terminar a escola, cursar uma boa faculdade pública, se formar, ter um emprego legalzinho e ganhar dez mil por mês, com sorte. E morrer anônimo.
Depois que pensei nisso, dei graças a Deus (haha). Pelo menos nesse ponto, a escola não se banha de hipocrisia pra nos ludibriar (:

3 comentários:

  1. Bom, primeiramente queria parabenizar o post. Muito bem bolado, mas discordo em certas medidas.
    Realmente o negro já tinha seu destino traçado desde o ventre materno, mas muito deles fizeram de sua história algo diferente. Pelo menos tentaram fazer. Quantos escravos não morreram por ansiar liberdade? Por lutar pela mesma?
    Com certeza foram muitos. Sei bem que não tiveram um lugar marcante na história. Não foram catalogados como heróis, e muito menos dignos de serem um assunto principal de um livro. Mas, deixaram suas marcas na referida época, fizeram a sua história. Mesmo tendo que morrer por causa disso.
    Enquanto a nós brasileiros da classe média, não acho que nossos destinos estão traçados da maneira que você falou. Não podemos generalizar uma coisa tão grandiosa. Muitos vão fazer muito mais ou muito menos. A vontade de algumas pessoas vencer na vida é absurda. Bem como as que não querem porra nenhuma. Existe um leque extenso pra quem realmente quer algo. Quem REALMENTE quer. Dificuldades são incontestáveis, e são muitas. Mas acho que tu se supera.
    Mas, de modo geral, parabéns pelo post mais uma vez :D

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  2. Saudações Lucas Moura, vamos a tréplica (haha)!
    Não gosto de generalizações (assim como você, pelo visto) justamente pelo fato de que elas ignoram as excessões, que devem ser observadas.
    O que quero dizer é, você hoje em dia nasce pra tal coisa, assim como o negro do século 16, mas não quer dizer que você tem que morrer com essa mesma coisa. Cabe a você ir além do seu tempo, enfrentar os paradigmas e fazer parte da vanguarda.
    Sabe, eu penso muito nessas coisas, de nascer, viver e morrer... penso nesse ciclo, penso nas decádas, seculos que se passam e vários ciclos vão se fechando e abrindo rapidamente, como faíscas. Me preocupo com esse negócio de ser só uma faísca, entendes?
    Mas então, como disseste, tem gente que vai lutar pra superar esse obstáculo. Mas a grande maioria, e tenho coragem de dizer que é uma maioria esmagadora, segue apenas a linha da mediocridade na qual eu falei no texto.
    Espero que vocês, leitores, que leem meu apelo, não trilhem esse caminho. Espero que lutem pelo mesmo que eu luto, ou se não lutarem, que mostrem suas caras, quem sabe a gente troca uma ideia.
    Valeu Lucas Moura e a todos os leitores do Veliko!

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  3. Sem falar que é muito mais fácil sair do anonimato hoje.
    "They say we can be celebrities and rock stars, but we can't"
    "You are the ambulant crap of the world"
    Tyler Durden resume tudo isso por mim =D

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