sábado, 15 de janeiro de 2011

Dennis Gansel "A Onda"

Baseado em um experimento real, "A Onda" é um filme alemão que narra a história do professor Rainer Wenger (ou Sr. Wenger, se preferir) e seu projeto sobre o tema "Autocracia". Pra quem não sabe, autocracia é um tipo de governo onde uma minoria domina a maioria. Quer um exemplo? O Nazismo. Logo no início do curso os alunos mostram repulsa ao tema do Terceiro Reich (apesar de vermos alguns tipos que se divertem com o tema). Na verdade eu não diria nem que é uma repulsa (ou nojo, talvez), mas sim uma certa confusão e falta de opinião formada. Vemos nessa cena que a diferença entre o que os jovens alemães pensam do nazimos e o que o jovem brasileiro pensa, por exemplo, não é muito grande. Muito interessante.
Observando esse impasse, Rainer (que queria ministrar o curso de anarquia) resolve aplicar na prática o que seria uma autocracia. É instaurada uma aura de fascismo na sala de aula, com os alunos passando a respeitar o professor como se fosse um líder à lá Hitler, ou algo do gênero. As coisas começam calmas, mas então vamos passando por uma evolução gradativa desse "sistema de governo" e quando vemos, a turma já está totalmente alienada n'A Onda. Ou você acha que o Nazismo mudou o povo da noite pro dia? O filme mostra de maneira peculiar (nem vou contar, veja você mesmo) como o positivismo "uniformiza" as pessoas, esmagando suas individualidades, preenchendo seus integrantes de forma que eles não percebem e se deixem levar pela energia. E quem não está nessa corrente (quem não se veste de branco, se é que você me entende), que sofra as consequencias.
Acho que vocês leitores já sabem como eu gosto do tema "positivismo", e seus derivados. Veja esse filme se você gosta de Revolução dos Bichos, 1984, Admirável Mundo Novo, Laranja Mecânica, etc. Mas há um detalhe, importante de se ressaltar. A ideia central é excelente, mas não é tipo de película que rouba sua atenção pela atuação ou pela fotografia, exceto em alguns momentos bem legais (poucos, mas legais). De qualquer jeito, não chega a ser ruim, só não abandona os limites do agradável.
Altamente recomendado, com reviravoltas de cair o queixo e com um toque didático (hahaha). E cuidado com o positivismo, porque de gente boa pra caramba esse não tem nada!

2 comentários:

  1. Muito interessante.

    "E cuidado com o positivismo, porque de gente boa pra caramba esse não tem nada!"
    [2]

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  2. aushaushaushauasuh
    Conclusão muito boa sobre o positivismo...

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