Saudações, venho aqui desenterrar essa resenha do querido Ramiro, da qual ele não gostaria de ser publicada por conter alguns erros. Portanto, só de pirraça, eu publico o post e ainda: deixo todos os erros intactos. Deliciem-se!
Caros velikeiros, venho hoje com uma missão difícil. Não tão difícil, porém, quanto à missão de alguém ao produzir o álbum de um artista com distúrbios mentais, estes causados por uma predisposição à esquizofrenia e excesso de drogas. Naturalmente, estou falando do ilustre produtor do álbum “Madcap Laughs”, e de sua estrela, Syd Barrett, o diamante louco do Pink Floyd. Quer saber o nome do produtor que conseguiu essa façanha? Aí vai:
David Gilmour; Malcolm Jones; Peter Jenner; Roger Waters.
A missão difícil a que me referia no início do texto, era a de resenhar um álbum como este. “The Madcap Laughs” é para mim, underrated. Primeiro, levando em consideração o estado mental de Syd Barrett, que não conseguia, algumas vezes, cantar a música em vocal pleno, gritando e desafinando como um louco (falei bobagem?). Segundo, pelo fato de seus produtores iniciais terem desistido de continuar o disco, visto o modo indisciplinado como Syd trabalhava.
O trabalho foi iniciado em Maio de 1968 com o empresário Peter Jenner, um pouco após a triste saída de Barrett da banda que fundou. As sessões eram curtas e produtivas (delas saíram canções como “Terrapin” e “Love You”), mas, apesar disso, o estado mental de Syd só piorava cada vez mais. Até que um dia se tornou impossível gravar, e o projeto ficou abandonado por quase um ano.
Em abril de 1969, Malcolm Jones foi encubido de continuar o projeto com o recluso Barrett. Dessa vez, as sessões não eram nada produtivas (delas saíram a bem-sucedida “Octopus” e “Feel”, considerada pelos críticos como uma reflexão desesperada do estado mental de Syd). O doidinho, cantando e tocando sua guitarra acústica, esquecia a letra da própria música, atropelava os ritmos, e conseguia, dessa forma, deixar os músicos de estúdio muito frustrados. Estes não sabiam o que fazer com um compasso de 4/4 que era trocado de repente por um 3/4. Foi adotado, então, o seguinte modo de produção: Syd gravava a música sozinho com voz e violão, e depois dos engenheiros e produtor tentarem a corrigir com sua parafernália tecnológica (que nem era muita coisa naquela época), os demais músicos a completavam por sobreposição.
Após várias sessões improdutivas, outros dois músicos foram chamados para ajudar na produção: David Gilmour e Roger Waters. Gilmour ensinou Barrett a tocar guitarra, e o substituiu quando este não podia mais continuar o Pink Floyd. Waters já era integrante da mesma banda, e se tornou o seu líder após a saída do diamante louco.
Deixando um pouco de lado a forma dramática como o disco fora gravado, e partindo para seu conteúdo em si, darei minha opinião final sobre este. Algumas pessoas dizem que Barrett foi um dos pais do progressivo. Sim, pode até ser verdade. Afinal, a troca freqüente de ritmos é algo comum no sub-gênero, e é o que, sem querer, ocorre aqui.
É indispensável para qualquer fã do álbum “The Piper at the Gates of Dawn”, onde o diamante louco mostrou todo o seu brilho. Para quem é apenas fã de psicodelia, vale a pena por ser agradável e por se tratar de uma verdadeira loucura. Barrett não perdeu sua linda voz, embora, dessa vez, ela não tenha sido tão bem-aproveitada. O seu talento continua aqui, neste que eu acredito ser um dos álbuns mais “suados” da história da música. Recomendo prestar atenção nas três primeiras faixas e em “Octopus”, uma canção que por si mesma vai se destacar.
Termino aqui minha postagem de hoje, desejando um bom dia a todos, e boa votação amanhã, dia de eleição. Até o próximo post :) Vote consciente.
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