quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Ramiro Arthur "Madcap Laughs"

Saudações, venho aqui desenterrar essa resenha do querido Ramiro, da qual ele não gostaria de ser publicada por conter alguns erros. Portanto, só de pirraça, eu publico o post e ainda: deixo todos os erros intactos. Deliciem-se!

Caros velikeiros, venho hoje com uma missão difícil. Não tão difícil, porém, quanto à missão de alguém ao produzir o álbum de um artista com distúrbios mentais, estes causados por uma predisposição à esquizofrenia e excesso de drogas. Naturalmente, estou falando do ilustre produtor do álbum “Madcap Laughs”, e de sua estrela, Syd Barrett, o diamante louco do Pink Floyd. Quer saber o nome do produtor que conseguiu essa façanha? Aí vai:

David Gilmour; Malcolm Jones; Peter Jenner; Roger Waters.
A missão difícil a que me referia no início do texto, era a de resenhar um álbum como este. “The Madcap Laughs” é para mim, underrated. Primeiro, levando em consideração o estado mental de Syd Barrett, que não conseguia, algumas vezes, cantar a música em vocal pleno, gritando e desafinando como um louco (falei bobagem?). Segundo, pelo fato de seus produtores iniciais terem desistido de continuar o disco, visto o modo indisciplinado como Syd trabalhava.
O trabalho foi iniciado em Maio de 1968 com o empresário Peter Jenner, um pouco após a triste saída de Barrett da banda que fundou. As sessões eram curtas e produtivas (delas saíram canções como “Terrapin” e “Love You”), mas, apesar disso, o estado mental de Syd só piorava cada vez mais. Até que um dia se tornou impossível gravar, e o projeto ficou abandonado por quase um ano.
Em abril de 1969, Malcolm Jones foi encubido de continuar o projeto com o recluso Barrett. Dessa vez, as sessões não eram nada produtivas (delas saíram a bem-sucedida “Octopus” e “Feel”, considerada pelos críticos como uma reflexão desesperada do estado mental de Syd). O doidinho, cantando e tocando sua guitarra acústica, esquecia a letra da própria música, atropelava os ritmos, e conseguia, dessa forma, deixar os músicos de estúdio muito frustrados. Estes não sabiam o que fazer com um compasso de 4/4 que era trocado de repente por um 3/4. Foi adotado, então, o seguinte modo de produção: Syd gravava a música sozinho com voz e violão, e depois dos engenheiros e produtor tentarem a corrigir com sua parafernália tecnológica (que nem era muita coisa naquela época), os demais músicos a completavam por sobreposição.
Após várias sessões improdutivas, outros dois músicos foram chamados para ajudar na produção: David Gilmour e Roger Waters. Gilmour ensinou Barrett a tocar guitarra, e o substituiu quando este não podia mais continuar o Pink Floyd. Waters já era integrante da mesma banda, e se tornou o seu líder após a saída do diamante louco.
Deixando um pouco de lado a forma dramática como o disco fora gravado, e partindo para seu conteúdo em si, darei minha opinião final sobre este. Algumas pessoas dizem que Barrett foi um dos pais do progressivo. Sim, pode até ser verdade. Afinal, a troca freqüente de ritmos é algo comum no sub-gênero, e é o que, sem querer, ocorre aqui.
É indispensável para qualquer fã do álbum “The Piper at the Gates of Dawn”, onde o diamante louco mostrou todo o seu brilho. Para quem é apenas fã de psicodelia, vale a pena por ser agradável e por se tratar de uma verdadeira loucura. Barrett não perdeu sua linda voz, embora, dessa vez, ela não tenha sido tão bem-aproveitada. O seu talento continua aqui, neste que eu acredito ser um dos álbuns mais “suados” da história da música. Recomendo prestar atenção nas três primeiras faixas e em “Octopus”, uma canção que por si mesma vai se destacar.
Termino aqui minha postagem de hoje, desejando um bom dia a todos, e boa votação amanhã, dia de eleição. Até o próximo post :) Vote consciente.

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