quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O lunático está na minha cabeça

Guerra Fria, período pós-segunda guerra até o final dos anos 80. Duas potências, uma de cada lado do globo, ameaçam uma a outra com ogivas nucleares, verdadeiros instrumentos de Deus para o apocalipse encarnado. Tudo uma discussão política, uma disputa onde os jogadores são os medalhões de seus governos. E a população? Bom, essa está aí como um enfeite, para seus líderes escolherem onde botar na grande árvore de natal (sádica e cruel, diga-se de passagem) que é a história.
Por que estou falando disso? Não, não é uma tentativa de ensinar geografia ou história, nem nada do gênero. Foi apenas uma luz que me acometeu e me fez entender a barreira que existe entre nós e nosso governo. Digo, o mundo no geral vive uma democracia feliz e sorridente, e temos orgulho de declarar isso. Mas não acredito que essa democracia nos ponha em algum lugar decisivo em o que nosso Estado faz ou não. Mas ah, nós podemos eleger nosso candidato lá na frente. Claro! Mas nada impede que um lunático suba lá, seja de esquerda ou direita, liberal ou não.
Estamos rodeados de lunáticos, se você não percebe. Lunáticos do tipo que não ligam se você paga valores absurdos de luz, não tem condições de alimentar os filhos ou até mesmo se vai ser incinerado em um ataque nuclear. Somos apenas casualidades de guerra, recursos. Esses malucos, megalomaníacos compulsivos, vão engajar todo tipo de guerra, entrave, disputa, ou o que quer que seja, para jogar o velho jogo dos interesses. Há muito tempo (se é que já houve esse tempo) que não somos mais considerados parte importante de uma nação, por incrível que pareça. Na maior parte do tempo, o que importa são os lunáticos lutando contra seus próprios demônios, enquanto pessoas sofrem de um câncer que as destroi lentamente: a ignorância.
A ignorância é uma benção oferecida por eles. Sim, eles, você sabe quem. Eles, os amigos do povo, gente da gente. Nos dão essa arma valiosa, essa vacina da mediocridade que nos anestesia de toda a bosta que somos obrigados a comer todo dia. Enquanto estamos aqui, sentados, vendo a chuva passar, pensando em alguma coisa banal, tem gente decidindo coisas por nós. Gente sã? Gente que escolhemos, né? Não lhes garanto nada...
É disso que se trata a sociedade atual, pessoal. Se trata de nós, e eles, como o Pink Floyd diz. Estamos aqui, fazendo nossa parte, e eles estão lá, decidindo qual é a nossa parte. Cuidado, galera, isso é um tanto perigoso. Tenho medo de o que pode acontecer, e acho que um pouco de precaução não faz mal a ninguem. Abraço!



"You lock the door
and throw away the key
there's someone in my head but it's not me"
Brain Damage, Pink Floyd

7 comentários:

  1. Cara, texto ótimo. Um dos melhores que já li daqui. Bom, me fez lembrar de uma outra música, só que do grande poeta Cazuza, que diz:
    "Vamos pedir piedade, Senhor Piedade, pra essa gente careta e covarde..."

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  2. Bem... eu não concordo com certos pontos do texto. Tipo, quando você põe "Digo, o mundo no geral vive uma democracia feliz e sorridente, e temos orgulho de declarar isso." Acho já que não é bem assim. E outras coisinhas.

    P.S.: Quando vc aprende algo na aula vc tem que por no blog né? lembro que em filosofia o prof. Pitt ensinou o que era paradigma, aí os textos eram paradigmas pra lá e pra cá. hehe. Não que isso seja ruim... ai, ai com preguiça de escrever mais.

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  3. ótimo teSto, e nem usaste a palavra "alienação". sabe, eu até acho essa história de alienação necessária, porque é natural nos refugiarmos em algum lugar(desde nossa mente até na sociedade). Eu só fico extremamente injuriado por causa do jeito em que tentam alienar-nos. O que nos oferecem é triste.
    punkonalta

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  4. Rebeca, acho que a frase destacada por ti é uma bela de uma ironia, viu? Ele muito bem sabe que nós exercitamos uma democracia enganosa.
    E outra, vejo o teu P.S. pelo outro lado da moeda. Não seria algo muito positivo que nós escrevamos com cada vez mais informação e conhecimento trazido da escola? Bom, pelo menos eu acho que seja...

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  5. Ironias a parte, Daniel: estou aprendendo a arte da sutileza. Com o tempo você percebe que aqueles seus textos antigos são uma pizza bem gordurosa de bacon, e descobre que menos é mais. Claro, sem deixar a linha do entedimento por senso comum, que acredito ser o meu objetivo.
    Lucas, interessante o trecho do Cazuza, tenho que ouvir mais esse cara, parece ser bom.
    Abraços

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  6. Bom texto. Eu adoro referências à Guerra Fria, a parte que eu mais me interesso sobre história internacional do século XX.

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