sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vítimas de nós mesmos.

Velikeiro Pai já escreveu sobre o assunto. Quem liga? Essas são as minhas considerações sobre o acontecido. Primeiramente, peço que você abra um tanto a mente para ler isso aqui, não que seja uma leitura difícil ou algo do tipo, apenas tente sair das expressões chocadas e horrorizadas que você provavelmente fez em frente à tv.
Tentarei ser breve, então... fato é: o cara entrou na escola com dois trabucos e simplesmente mandou bala em vítimas rapidamente selecionadas. Um erro: simplesmente não. As coisas não são tão simples assim, e é para este fato que quero conduzir a sua linda cabecinha.
Como já mencionado pelo Criador (não coloque Deus nisso) dessa bagaça, o mundo inteiro se indignou com o acontecido e colocou o cidadão na cruz, fogueira, ou qualquer outro lugar onde ele fosse torturado até morrer. Mas por que diabos ele fez isso?
Bom, centenas de "especialistas" tentam especular as causas, eu também tenho direito de assim o fazer. Sabemos até agora - pelo menos eu acho, porque não aguento mais olhar pra tv e ver essa notícia - que o Psycho Killer parecia sofrer de um distúrbio psicológico. Mas teria sido essa a causa para a execução do massacre?
Eu acho que sim, e também acho que não. Calma lá, eu vou me explicar. O cara tinha problemas emocionais, e isso pode até ter sido um fator decisivo, contudo, ao meu ver, isso não seria suficiente para que ele passasse semanas planejando um ato como este. Com certeza esse ser humano - sim, ele é um - era mais um, como alguns de nós, que estava à margem da sociedade. Tenho uma expressão melhor: um oprimido.
Não é novidade para nenhum de nós que a sociedade, vulgo nós, é a maior opressora de si mesma. Isso acontece desde os pensamentos mais banais aos mais complexos, como os que se passavam na cabeça da tal
bruxa do século XXI. Você nunca pensou em ir pelado pra escola? Olha, eu já. Mas sabe por que não fui? Porque isso é dito como comportamento inviável pela maioria. Está aí uma pequena forma de opressão.
Agora jogue isso para um plano maior. O cara sofria bullying, era oprimido por vizinhos, colegas de escola e até mesmo pela própria família. Pois é, pega toda essa parcela e soma com os distúrbios psicológicos. Pronto: acaba de sair da cozinha da sociedade um psicopata prontinho para assassinar crianças. Cheguei aonde queria chegar. Se você não entendeu, vou resumir de novo e mais ainda. A doença do cara até pode ter ajudado, e muito, para a execução do crime, mas o botão que liberava a bomba fomos nós que criamos.
O que eu quero dizer com isso tudo? Aqui vai. Assassino, psicopata, frio, desgraçado e até filho da puta se você quiser. Mas por que não uma vítima? Não quero dizer que o crime é justificável ou que ele tinha razão pra fazer o que fez, afinal continua sendo um ato repugnante, podia ser eu, você ou o seu primo de segundo grau. Apesar de tudo, de forma diferente, ele também era uma vítima. Seja da sociedade, do governo, do sistema, ou seja lá como você queira chamar, mas como as crianças, ele era mais uma vítima.
Eu sinceramente acho que o que estamos vendo no noticiário de 20 em 20 minutos é apenas um produto de toda essa complexidade que é todo. E, talvez, esse todo tenha criado essa anomalia, portanto, o fim de algumas vidas pode ser somente fruto de nós mesmos.

Até a próxima.

6 comentários:

  1. Só queria esclarecer que o psicopata é desprovido de emoções então se a sua teoria for correta é impossível esse homem ser um psicopata.

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  2. É, o correto não é psicopata, mas talvez psicótico ou maníaco depressivo.

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  3. Sim. Vítima sim. Culpa da Sociedade sim. Solução? Não.

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  4. Acho que há casos em que a doença é sim o principal motivo para loucuras como essa que aconteceu no RJ. Nem todo ato insano pode ser analisado como sendo "culpa da sociedade", assim como há outros que a coletividade pode sim acender o estopim. ou seja, não há um único argumento que responda algo tão complexo como o ocorrido em Realengo. Agora, uma coisa é certa: os pais que enterram seus filhos morrem mais de uma vez nessa vida!

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  5. Bom, considerando essa análise, é preciso que todos tomem postura no assunto: o indivíduo, a família, as instituições religiosas e de ensino,as autoridades (inclusive aquelas que decidem nossa legislação!, enfim, a sociedade, a fim de evitar e prevenir esse tipo de comportamento social, seja qual for sua origem. E essa postura deve ocorrer em tudo o que fazemos e em todos os lugares onde atuamos.

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  6. Mas o problema é que a maioria das pessoas acha chato ser "certinho" assim como a Regina sugere. Ou talves não tenha caído a ficha ainda sobre o porque de eles precisarem ser assim. Por isso todo mundo é mal educado nessa joça de país.

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