domingo, 17 de abril de 2011

Christophe Honoré "A Bela Junie"

Difícil não ficar atraído por esse filme só de ver a capa, que mostra a tal da Junie com um olhar intrigante e meio que melancólico. De fato, é o tipo de capa que dá uma prévia do filme: não é uma história das mais felizes, apesar de se tratar de amor e tudo mais. Junie é uma aluna nova que logo chama atenção da galera por ser muito bonita, e depois de um tempo começa uma relação com Otto, um carinha calado e sentimental. Desde então, o filme se desenrola em torno de Junie, apesar de que em certos momentos a película dá uma volta em outros personagens também, o que fica bem gostoso de ver.
Claro que um dos pontos altos de "A Bela Junie" (pra quem gosta, né) é o Louis Garrel, o gostosão do cinema francês atualmente. É com ele (que faz o papel de um professor de italiano) que a Junie se apaixona (ou não, depende do seu ponto de vista), deixando o Otto "doidinho", pois o personagem de Garrel é o garanhão da escola. Assim, em linhas gerais, o filme parece ser uma típica história de amor escolar, com aqueles personagens esterotipados típicos de filme assim. Engano seu.
Christophe Honoré (o diretor) faz dessa espécie de triângulo amoroso o centro de uma narrativa sensível, levada por uma bela fotografia e pontuada por uma trilha sonora melancólica, créditos de Nick Drake (um dos meus artistas favoritos, e largamente ignorado nos dias de hoje). Os alunos, professores e outros personagens são todos muito humanos, profundos, e analisados de uma perspectiva onde todos os espectros das ações humanas são considerados, e não só pelo único objetivo para "a história funcionar". Interessante notar também que a escola funciona como um organismo que se desenvolve em conjunto, como os amigos de Junie, com suas fofoquinhas e intrigas, que se desenvolvem paralelamente.
Por fim, recomendo a vocês "A Bela Junie", mas só se estiverem preparados para um filme não muito fácil de ver, e com doses de melancolia. Não que seja ruim de ver, mas é aquele tipo de filme que requisita um momento legal, e a cabeça aberta um pouco, se você não for dos mais sensíveis. Entregue-se a beleza da Léa Seydoux (ou do Louis Garrel) e viaje nesse retrato apaixonado (e às vezes realista) de Paris.

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