quarta-feira, 16 de março de 2011

The Strokes "Angles"

Após cinco anos de espera, vaza a nós (com muito alarde) o tão esperado novo álbum dos Strokes. Já expliquei o som da banda no post anterior, portanto não vou me alongar explicando do que se trata essa que é uma das maiores bandas da atualidade. Apenas cace um link na internet e ouça com carinho o "Angles". Muita tensão nessa hora: a primeira faixa não pode decepcionar. Mas quando se ouve um ritmo latino, com uma forte pitada de breguice e cafonice, vem aquela dúvida: será que os caras piraram de vez? Mais ou menos.
"Machu Picchu", a música de abertura do disco é demasiada constragedora. Que tom de voz é esse que Casablancas usa? Que efeitos malucos são esses nas guitarras? É, de fato, uma canção curiosa. Mas quando a magia dos Strokes começa a surgir, quando aquele refrão grudento estoura nos seus ouvidos e aquela barulheira moderna começa a fazer sentido na sua cabeça, a coisa floresce. Pode-se dizer que o som da banda está bem mais "colorido", bem mais feliz, dançante. "Under Cover Of Darkness" é mais interessante, com um refrão mais grudento ainda, um Casablancas mais gritante e um trecho psicodélico no meio de toda a indiezera.
Agora não há mais dúvidas: é só manter o ritmo que o álbum sai com êxito na sua missão de satisfazer os fãs desconsolados. "Two Kinds Of Happiness" e "Taken For A Fool" comprovam isso, sendo bonitas canções levadas por poesia obscura e rock de garagem clássico, sem muitas frescuras. Esquisita mesmo é "You're So Right", de autoria do baixista Nikolai Fraiture: uma espécie de música eletrônica, experimental, psicodélica, mas que me lembrou muito o Radiohead, e achei meio fraca a faixa se comparada ao que eles quiseram fazer. O solo de guitarra é tímido, e a música logo enjoa, sendo de fato um ponto fraco no álbum.
Indo à outra metade da "bolacha" (aliás, sabiam que o disco será lançado em vinil?), parece que os Estrocas se desentenderam, criando uma confusão sofisticada demais para minha cabeça (pelo menos). "Games" abusa de sintetizadores, sem sal. Já "Call Me Back" é uma bossa nova que ficou muito simpática, achei que os vocais de Julian combinaram bastante com o estilo. "Gratisfaction" e "Metabolism", achei-as de mal gosto peculiar. Rock moderninho, melancólico, repetitivo e do tipo que estamos cansados de ver por aí.
Então chegamos ao fim do curto álbum (apenas 34 minutos). "Life Is Simple In The Moonlight" é tudo o que Strokes representa, toda a sonoridade que você já está cansado (ou não) de ouvir. Sem experimentações, sem viagens psicodélicas nem nada, apenas uma bela canção de Casablancas, para mostrar ao mundo que os Strokes ainda estão vivos, fazendo música boa e inspirando muitos corações solitários (hehe) por aí.

Um comentário:

  1. Acabei de ouvir agora e... assim, achei que pra um fã do gênero é um álbum bem legal de se ouvir. Como eu não tenho esse perfil, não foi lá uma experiência muito legal, mas vale a pena conferir.
    Um ponto muito fraco da obra é o fato de eles terem abusado do sintetizador. No fim do álbum eu já tava rezando (não sei pra que Deus) pra ouvir uma música 'clean'.

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