quarta-feira, 23 de março de 2011

Mais um pouco de revolta, mas só um pouco

Antes de qualquer coisa, queria dizer que não sou nenhum estudante aplicado de sociologia ou algo que o valha, não quero fazer conclusões precipitadas, nem tenho a pretensão. Só falo mesmo do que penso, e não venham me dizer coisas imbecis depois, a não ser que eu esteja sendo imbecil demais nas minhas linhas a seguir. Está claro? Vamos lá então.

Como vocês já devem ter percebido, sou um sujeito meio revoltado com as coisas e que aspira por uma mudança, mas que não sabe como fazer isso. Ok, como eu, devem existir milhares, milhões de adolescentes, que procuram meios de chegar ao seu paraíso imaginado,  jovens estudantes que imaginam um futuro de igualdade, um mundo melhor e todo a falácia socialista do seu professor de sociologia do ensino médio. Mas infelizmente, dando uma leve olhada nos movimentos estudantis que existiram no mundo na década de sessenta, cheguei a conclusão de que hoje em dia os tempos estão mudados. Óbvio, mas calma. Mudados não no sentido negativo. Na verdade a tendência é a qualidade de vida da população geral do mundo aumentar. Mas enquanto as pessoas tem carros melhores, casas maiores e piscinas com trampolim no quintal, mais quietas elas ficam no seu canto. No fim das contas, a gente só precisa correr atrás do prêmio, mesmo!

Não tem pelo o que lutar, não tem o que falar. Qualquer grito que você der, não será tão escandaloso quanto já foi há cinquenta anos.  Hoje em dia a sociedade está aberta a tudo e todos, as diferentes ideologias e culturas mundo a fora (não digo todas, mas grande parte) estão misturadas num mesmo caldeirão. Não tenho como imaginar hoje uma revolução sexual como a criação da minissaia por Mary Quant, nos anos sessenta. Afinal, o sexo já está mais que banalizado, invadindo nossa sala de estar enquanto jantamos nosso miojo com queijo ralado. Não estou criticando isso! Só quero dizer que no passado nossos ídolos já fizeram um monte de coisa por nós, e acabaram matando nossa vontade de rasgar o peito e desabotoar o cerébro.

Não devemos atacar o fim. Devemos atacar o meio. Vou explicar isso da melhor maneira possível: é sim ou não. Para mostrar quem você é, você precisa ter opinião formada. Ou é sim, ou não; gosto, ou não gosto; concordo, ou não concordo. O sujeito pode nem mesmo ter pensado realmente a respeito, mas precisa ter uma opinião final sobre o assunto. E assim que podemos colocar no mesmo parâmetro os que gostam e os que não gostam do BBB, por exemplo. A maioria que gosta, vê apenas pra se divertir e comentar sobre o reality no dia seguinte com seus amiguinhos. E a maioria que não gosta, não vê justamente pra julgar os que veem. Qual seria o pior? Acredito que são dois lados da mesma moeda. Seria tão bom se procurássemos dentro de nós as respostas para as perguntas que o nosso ambiente propõe. E se não achássemos nada, bom, deixa pra lá, pra que ficar correndo atrás de uma identidade se você sabe que ela é falsa?

A questão toda não é se tal pessoa diz "sim" ou "não". A questão é como ela chegou naquela conclusão, se foi de forma inteligente ou apenas uma resposta a um meio opressor cheio de porcaria em que vivemos. Acho que é por aí que começa a busca por um "desabotoamento do cerébro". Começarei a fazer, e lhes digo se está dando certo ou não. E se der, quem sabe não começamos um processo novo, nunca antes visto, de ideologia jovem? Porque os anos sessenta já foram. Todos as figuras que deixaram sua marca lá já estão descansadas no paraíso da imortalidade, não adianta ficar vivendo em cima de um contexto que não existe mais. Vamos à frente, amigos (:

4 comentários:

  1. E o dito futuro, realmente pertence a nós? (:
    Ótimo post, mesmo!

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  2. Deveria pertencer...
    Achei interessante demais o termo: Desabotoamento do cérebro.
    Texto incrível.
    Quem sabe não aprendemos um dia, certo? Só não vale esperar a boa vontade do tempo.

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  3. É mateus,teus textos estão cada vez melhores!

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  4. Bom demais. Continue alugando livros da biblioteca e trazendo termos desses livros =D

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