Um grito desesperado, pronto para sair, diz Waters sobre a obra-prima do Pink Floyd, "Dark Side Of The Moon". De fato, é um grito e tanto. Dentre diversos outros gritos que foram lançados ao ar na época, por que, esse, em específico, se tornou objeto de obsessão por milhões de pessoas mundo afora? Talvez por ter um single de sucesso jogado no meio do álbum, que ecoa até hoje nas rádios? Uma capa misteriosa e instigante? Um solo vocal feminino extasiante? Tudo isso e um pouco mais.
Não vou tentar resenhá-lo, não. Dark Side está um patamar acima de qualquer crítica. Está no hall da eternidade, o tipo de coisa que a humanidade guardará para sempre, como alguma obra do Shakeaspare, Kafka, Orwell, ou algo que o valha. É de uma sincronia assustadora com a vida moderna, com você. Impossível não ouvir os versos escritos pelo baixista Roger Waters e não se identificar. Confesso que sem esse álbum não me interessaria por metade do que me interesso hoje, como socialismo, filosofia e tudo mais. Dark Side é um impulso, só precisa ser levado a sério e assimilado com bons ouvidos.
Liricismo simples, de significado absurdo, combinado a música popular, levada ao extremo da sofisticação. Elementos de jazz, erudito, rock'n'roll, blues, está tudo lá. Não é sobre preencher, é sobre deixar o vazio. O som tem pausas, te deixa respirar, volta, te esmaga, põe um saxofone ali, backing vocals femininos aqui. Eu poderia ficar linhas, parágrafos, posts e posts falando sobre como a guitarra do Gilmour é simples, entra e sai suavemente, sobre a progressão de acordes de Great Gig in The Sky, do solo de saxofone de Us And Them.
Mas vamos fazer assim, ouça. Se você já conhece, ouça de novo, se não: ouça, e o quanto antes. Mas com fones de ouvido, no mínimo. Não preciso falar mais nada por aqui, apenas leia esse blog: ele respira e transpira Dark Side Of The Moon. Se querem saber mesmo, e eu posso parecer um louco ou algo do tipo, mas minha vida é regada a Dark Side of the Moon. O que penso, o que sinto, nasceu ali, naquele "CD do prisma". O resto, veio com o tempo, e ainda vem mais, com certeza. Passaram-se trinta e oito anos, mas eu até podia te jurar que foi ontem.
Fiquei preocupado por achar que leria uma resenha... ainda bem que não foi, seria uma grande perda de tempo.
ResponderExcluirEnfim, também não penso duas vezes em dizer que minha vida está dividida entre o pré e o pós conhecimento do prisma. Não é exagero, as coisas realmente mudaram, porque sem ele, grande parte do que viria a construir meus valores, personalidade e gosto atuais teria acontecido.
Pois é, quase 40 anos de passaram e a obra ainda continua mudando vidas de adolescentes bestas (como eu).
Tsc, chega de falácia, baixe em FLAC e ouça agora mesmo.