sábado, 9 de outubro de 2010

Um dia para ouvir The Doors

Saudações. Notaram o novo visual? Para estreá-lo, resolvi mandar um post novo, que estive planejando sexta-feira (ontem), quando faltei aula, e iniciei uma árdua missão: ouvir todos os seis discos do The Doors com Jim Morrison sem parar em ordem cronológica. Portanto, tente tirar os olhos dos porquinhos ao lado e viaje comigo.
Iniciamos com gás. Vigor, criatividade, explosão. Isso tudo Jim Morrison exprime com muita sensualidade em "Break On Through", uma das canções clássicas da banda. Talvez seja já um resumo do que você encontra ouvindo Doors, como Manzarek uma vez disse:  

"Música Bauhaus. É limpa, é pura. De um lado há o piano, do outro uma guitarra, a bateria no meio, um tom de baixo no fundo e o vocalista à frente e tu consegues ouvir as letras. Essa é uma das razões porque o som dos The Doors continua ser importante hoje em dia. É claramente moderno. E era isso o que pretendíamos."

E então partimos para mais baladas e hits de sucesso empolgantes, como Alabama Song, Light My Fire (atenção para os solos de órgão e teclado) e Backdoor Man. Manzarek está completamente correto em sua frase acima. The Doors é muito a frente de sua época. Completamente avant-garde. Pra fechar com chave de ouro, um habituê dos fãs d'as Portas, The End. Dramática, longa, rastejante... Jim Morrison mostra toda sua genialidade como letrista nessa, e como vocalista também.
Termina The Doors, inicia-se algo mais obscuro, talvez com pitadas de ficção cientifíca? Strange Days repete o feito do seu antecessor, só que agora um pouco mais melancólico, com faixas como Strange Days, You're Lost Little Girl, Moonlight Drive, People Are Strange, mas sem perder claro, com a efervescência de uma banda à flor da pele, jovialidade sem precedentes. Porém, acho que o único porém deste álbum é sua faixa final. Novamente há algo longo, dramático, sombrio, mas pra mim não passa de uma sombra torta de The End.
Estava tão bom, tão espontâneo, tão psicodelíco, e começa Waiting for the Sun. Desculpem-me Jim e seus parceiros, mas Waiting for the Sun é desnecessário, assim como seu sucessor, The Soft Parade. The Doors se torna uma banda de hits de sucesso, um Jim Morrison dosado para parecer não-dosado, exageros agora mascarados como exageros. Longas passagens instrumentais? Raro. Poesias intrincadas e rebuscadas, porém modernas? Nada disso, apenas a mesmice da objetividade. "Hello, I Love You, won't you tell me your name". Não, obrigado. 
Minha jornada fica enfadonha. Até mesmo o estilo lindo e penetrante de "Mr. Mojo Risin" cantar fica agoniante. Mas olha, pra deixar claro, esses dois álbuns são bons. Não os despense. Aliás, não despense The Doors. Mas da feita que você absover tudo aquilo que os dois primeiros álbuns passam, suas poesias, ao ouvir os outros dois posteriores, um sentimento de esgotamento criativo na banda fica claro. Mas graças à Deus (haha), tudo é resolvido com Morrison Hotel.
Hard rock maduro, porrada seca no coração. Roadhouse Blues começa com tudo, e você joga as mãos pro alto e grita um "Aleluia!". E só há de melhorar, pra quem curte algo um pouco mais pesado, o hotel de Morrison é um prato cheio. Se você não estiver com cabeça pra levar porrada sonora, esse hotel se torna um pesadelo com dor-de-cabeça. Eu por exemplo, já estava quase expurgando e esmilinguindo.
Finalmente, o último! L.A Woman. Ah, finalmente, parece que os caras voltaram aos trilhos e fizeram algo paralelo aos seus primeiros (e melhores) trabalhos. Quer saber? O álbum inteiro é ótimo, mas estaria a sombra dos outros não fosse o maior clássico da banda estar incluso nele. Sim, Riders on the Storm. Precisa falar mais alguma coisa? A magnum opus de Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore. Sensual, selvagem, melancólica, sombria, linda, impactante, penetrante, tudo isso e um pouco mais. Esperar cerca de cinco horas pra ouvir essa música vale a pena.
Pra finalizar esta superresenha, ousada e reverente, deixo vocês com William Blake:

"If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is: infinite"

6 comentários:

  1. "Mas graças à Deus (haha)"
    "Eu por exemplo, já estava quase expurgando e esmilinguindo."
    usahsaushaushauhsuahsuahsauhsauhsauhsaushauh
    "Já estou ficando nervoso! Vou passar a lambida"
    Mas sim, parabéns pela ousadia e falta do que fazer, ficou muito bom o post e ele consegue descrever de forma simples e gostosa a discografia.
    À respeito do novo visual... trocar seria uma boa ^^
    E aquele "Galera que dá uma olhada" ali do lado é verdade? O.o
    Bom, flw aí, parabéns de novo =D

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  2. Que coisa feia, hein Mateus? Faltando aula pra ouvir The Doors? Hahahaha
    E parabéns pela resenha. Acho que aqui tu atingistes teu objetivo inicial, que era de uma escrita sintética, concisa e ousada. Uma porrada seca na leitura!
    Quanto ao visual, tenho que discordar do Lucas. Ficou bem legal e original. Parabéns para quem o fez.
    Até mais, e aguardem meu post, que deve seguir a mesma linha de ousadia deste.

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  3. Muito bom o seu comentario,deu ate vontade de ouvir.
    quanto ao novo visual,esta muito louco.

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  4. Sua resenha está um pouco equivocado ao criticar os dois álbuns: The Soft Parade e Waiting for the Sun.
    Mas ao elogiar The Morrison Hotel ela mostra que você não perdeu toda sua sanidade mental.
    Qualquer dia desses posto um novo assunto! Prometo!

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  5. Owned /\ uahauhauhauha

    Mas hein, que porra é essa de "formadores de opinião"? PQP...

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  6. Não curto The Doors, poucas músicas que aprecio é de gosto comum, porém a resenha está digna de um profissional, conhecedor profundo do que fala e que pretende se expressar. O que tornou a resenha muito rica, gostosa de se ler; o que faz que um leigo passe a querer ouvir e curtir The Doors. Parabenizo você Mateus pelo texto maravilhoso.
    Do Tio Angelo

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