segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Aldous Huxley “Admirável Mundo Novo”

Sempre ocorre daquele êxtase ao findar a leitura de uma obra de arte como essa, e nesses casos, geralmente, ocorre parcialidade numa resenha, por exemplo. Então, se vocês me permitem, serei parcial perante a este livro, que é uma das melhores coisas que me ocorreram até hoje. Atualmente venho simpatizando com temas como progresso científico, positivismo, behaviorismo e afins. Decerto este livro caiu como uma luva, pois aborda entre outros esses temas.

Em linhas gerais Sr. Huxley aborda uma sociedade onde o progresso científico cresce desenfreado e se chegou num ponto onde não há mais tristeza, a constante busca pela felicidade foi finalmente alcançada, a preço das individualidades de seus componentes. Inicialmente, é uma grande crítica a esta sociedade, sendo necessária apenas sua descrição, para que o próprio leitor compare com a sua atual e a repudie assim que notar as diferenças. Mas e quando é possível notar as semelhanças? E que alarmantemente, crescem em número e tamanho cada dia que se passa no nosso século XXI? Por exemplo, hoje há grande consumo de drogas, promiscuidade sexual desde as idades mais jovens, apoio a legalização do aborto, só pra citar alguns. Decidi não me aprofundar muito na descrição desta civilização, acho que perderia muito da graça do livro, descobrir passo a passo a degradação do homem como conhecemos hoje. Quero também que, quando você ler, amigo, reflita. Reflita se, este mundo em que vivemos hoje, não está rumando para um terrível caminho de "felicidade". Qual seria mesmo o preço da felicidade?

Será mesmo que o cristianismo, que a monogamia, que o tabu do sexo na infância seja mesmo prejudicial à visão do homem hoje? São questões levantadas pelo livro. Será mesmo que o famoso "ficar", comum dos jovens de hoje, é normal, tranquilo? Todos são de todos? Usar drogas como válvula de escape de seus problemas é corriqueiro, e necessário? Leia o livro e veja como será a sociedade daqui um tempo se você respondeu "sim" para estas perguntas. Verdade que não é possível acertar em cheio todas as previsões feitas pelo livro, mas Aldous se esforça, se você considerar que o livro foi escrito em 1932.

Como já disse não vou me prolongar no enredo, e acho que o resumo acima é bastante esclarecedor, também acho que não preciso falar sobre todos os tópicos ridicularizados pelo autor. Gostaria de retirar algum trecho do livro, talvez algum dos de Shakespeare utilizados, mas, não será possível devido a enorme quantidade e qualidade deles espalhados pela obra, principalmente no final, onde há um excitante debate. Não dispense umas aulas gente boa de filosofia antes da leitura, claro. E, finalmente, não se esqueça que todos somos corruptíveis, então cuidado quando ver que seus ideiais foram usurpados, pois corra para resgatá-los, antes de levar um soco na cara e acordar pra vida.

Selo de qualidade Coisa Fina.

2 comentários:

  1. Nesse livro eu, realmente, fiquei interessado. Cara, leva isso pra escola e me empresta. Deve ser uma loucura...
    E apesar de alguns erros, o texto tá muito agradável de ler.
    Muito bom mesmo, meu voto na enquete não foi à toa... Ah, por falar na enquente, ideia um tanto ridícula apesar de eu ter me submetido a votar =P

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  2. Ah, rapaz. Então você quebrou nosso acordo da "dobradinha"? Tudo bem, era uma ideia meio idiota mesmo...
    Já devo ter te dito isso pessoalmente, mas é bom reforçar: Não faz mais uma enquete dessas. Que coisa mais sem cabimento! Além de expor nós, redatores a uma pesquisa de preferência, como se tivéssemos nos candidatado a alguma coisa, coloca nossos visitantes numa situação meio constrangedora. Quer dizer, isso é ao meu ver. Posso estar enganado. De qualquer forma, agradeço pelos dois votos que recebi até agora (huahuahauhauha).
    E aliás, parabéns pelo texto, bem espontâneo, e muito legal de ler. É por essas resenhas que o "Veliko..." agora aparece na lista de buscas do Google :D

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