terça-feira, 3 de maio de 2011

Stanley Kubrick "Barry Lyndon"

Apesar de ter visto apenas um filme do diretor Stanley Kubrick, que foi o ótimo "Laranja Mecânica", já o tenho na cabeça como grande diretor (o que de fato ele é, segundo os sábios do cinema), e só de saber que "Barry Lyndon" carrega seu nome me animou de vê-lo. Bom, até eu ficar sabendo que o filme tem três horas de duração, mas não vamos nos abalar por causa disso, né, amigos? Barry Lyndon é de uma beleza inabalável, por mais que se passem horas e horas de história, cada detalhe, cada movimento traz uma expressão que não fará você cansar se estiver de fato atentado à emoção da película.
Barry Lyndon conta a história de ascensão e queda de Redmond Barry, um reles caipira "guerreiro, guerrido" que com muita perseverança alcança a aristocracia e se torna um bon vivant, casando-se com uma ruiva linda e rica, Senhora Lyndon, e então toma posse do nome e torna-se o tal do Barry Lyndon. O filme, apesar de ser de caráter bem mais sério que o antecessor, Laranja Mecânica (ou seja, não contem muita sacanagem), ainda carrega uma pitada ácida de humor, como você pode perceber nas atitudes juvenis e impulsivas do bonitão Barry. Na minha opinião, o próprio tem uma semelhança com Alex DeLarge, se querem saber. Digo, são personagens diferentes, mas creio que os dois compartilham de algo que só você vendo.
O filme divide-se em duas partes, a primeira que conta como Barry Lyndon chegou ao auge da riqueza, e a segunda que conta seu declínio. Stanley teve uma boa sacada de botar uma pausa entre as partes, caso você queira ir ao banheiro, esquentar um frango no microondas ou mesmo limpar aquela mancha de baba no travesseiro. Um dos pontos altos do filme é a sua fotografia, que segundo o encarte do DVD (carinhosamente emprestado pela Letícia hehe) foi toda feita com a luz do dia. Aliás, agora me faz sentido não existirem cenas de noite. Esse fato, na época, causou rebuliço nos cinéfilos, e eu, apesar de não ser um, fiquei o tempo inteiro de boca aberta (de sono) apreciando as belas imagens e cores que Kubrick conseguiu não usando nenhuma luz artificial. Sério mesmo, nunca vi algo igual em nenhum filme.
Tire um dia inteiro para ver esse filme, tome bastante café antes e sente numa poltrona bem confortável, pois você vai ficar horas sentado lá. Mas apesar disso, valerá a pena (como valeu comigo) chegar ao fim da viagem que é a vida desse ex-caipira burguês. Sem preconceito, tome coragem, não é só de Laranja Mecânica e 2001 que Kubrick se fez um dos maiores nomes no cinema: Barry Lyndon é expressivo e impressionante do início ao fim, um épico que não se atropela nos detalhes, uma obra impecável.

4 comentários:

  1. Ótimo post, fiquei muito a fim de ver.
    E aí? Quando vais me emprestar?

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  2. Também sou pouco versado neste meio, mas te indico, do Kubrick, Dr. Strangelove. É fantástico.

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  3. Marginais de classe média espalhando violência por aí; guerras tão frias quanto cômicas; computadores espaciais que, de tão perfeitos, são imperfeitos. E, depois que você pensa já ter visto de tudo nos filmes do Kubrick, se depara com mais essa obra.
    "Barry Lyndon", um filme que, de forma sutil, fala sobre ingenuidade, ganância, e a hora errada para esses dois traços tão humanos e quase antagônicos. Recomendadíssimo.

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  4. Tive a oportunidade de assistir esse filme com o Lucas e concordo plenamente com o que ele disse no post.

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