"Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso."
Esse trecho é uma das frases iniciais de livros de todos os tempos, e é bem emblemática também. Mais emblemático ainda, é esse livro, que escolhi para comentar um pouco aqui para vocês, leitores desiludidos do Veliko. Mas por que "A Metamorfose"? Não que eu tenha entendido muito do livro, ou capturado mais do que o senso comum perceberia ao ler a obra. Este romance é simplesmente interessante, por algum motivo especial que eu não sei bem como explicar. Talvez a história principal seja o mais chamativo: um homem que acorda transformado em um inseto gigante (por convenção, uma barata) se vê desafiado a lidar com o mundo dessa forma monstruosa.
O autor, Franz Kafka, apresenta um estilo de escrita muito seco e sem floreios, objetivo mas não jornalístico, como fazem alguns outros autores. Seu texto não precisa de emoção ou sentimentalismo barato, forçando o leitor a se envolver à história. É forte o bastante para o leitor gostar daquilo tudo sozinho, e se sentir na pele da barata. Ou quase isso. O retrato bem-feito da mente humana e de "todos seus espectros emocionais" faz com que o leitor se identifique e comece a divagar sobre toda aquela situação constrangedora e maluca.
Roubando umas palavras do meu professor de filosofia, eterno colaborador desse blog, A Metamorfose se trata de um estudo sobre a psique humana, diante de uma situação extrema e absurda, buscando os aspectos da humanidade que não são considerados quando se tratam do homem apenas como o homem racional. Algo assim. É uma ótima leitura, um clássico da literatura, não é nada complicado de entender, e você vai se divertir ao acompanhar Gregor Samsa nos malucos dias na pele de uma barata. É uma viagem... uma boa viagem.
E, como dizem por aí, ninguém se pergunta por quê as pessoas não conseguem sair da casa em "O Anjo Exterminador". Só pra fazer uma citação cult pra vocês mesmo, porque nunca vi o filme. Beijoca
Poderíamos analisar pelo ângulo de se colocar no lugar do outro, ou a mutabilidade que o se encontra o homem em sua vivência, existe várias maneiras de percebermos essas mutações em nossas vidas. Franz Kafka, sempre coloca em perspectiva os conflitos humanos, essa inteiração entre o real e a fantasia, nos leva a repensar nossos próprios conflitos e angustias.
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